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Machado De Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas

Joaquim MACHADO DE ASSIS (Rio de Janeiro, 1839-1908) é considerado o maior escritor brasileiro de sempre e, ao lado de Garrett, Camilo ou Eça, um dos maiores escritores de Língua Portuguesa do século XIX. Autodidacta, neto de escravos alforriados, por parte do pai (pintor de paredes), e de imigrantes brancos oriundos da ilha de S. Miguel, por parte da mãe (lavadeira), Machado de Assis subiu a pulso na vida: foi funcionário público, cultivou todos os géneros literários (poesia, romance, conto, crónica, teatro), foi folhetinista, jornalista e crítico literário, e morreu, respeitadíssimo, como Presidente da Academia Brasileira de Letras, que fundara em 1897. Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), considerado um dos grandes romances da literatura de língua portuguesa e que inaugurou o movimento realista no Brasil, narra a história, contada pelo próprio já depois de morto, de um filho-família de novos ricos, fútil e incompetente, que entrara na política para adquirir os pergaminhos sociais que a sua origem obscura (fabricantes de cubas…) não lhe consignara – mas onde não conseguiria mais do que aquilo que conseguira durante toda uma vida inútil e falhada: nada. A técnica a utilizada por Machado de Assis, marcada por um misto de pessimismo e de ironia, desprovida de uma linha narrativa convencional, que é constantemente interrompida por digressões e até mesmo por capítulos em branco, faz deste romance o fundador da modernidade na literatura de língua portuguesa.

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