A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro tem patente ao público a exposição “Abril: a aurora inacabada”, que terminará no final de dezembro de 2024.

No âmbito da dinamização desta exposição a Biblioteca promove no próximo dia 29 de novembro, pelas 18h00, a atividade de encerramento desta iniciativa: o debate “Abril: a aurora inacabada”, com a participação de José Reis Leite, José Borges de Carvalho, Filipe Mora Porteiro e Tomé Ribeiro Gomes, sob a moderação de Armando Mendes.

Este debate será a oportunidade para ouvir os nossos convidados sobre questões relacionadas com os ideais de Abril hoje e fazer uma análise da nossa sociedade à luz dos valores de Abril. Portugal cumpriu os ideais de Abril? Como é que nos encontramos hoje, passados 50 anos da revolução que nos devolveu a Liberdade? O nosso tempo é de esperança?

Notas Biográficas

José Guilherme Reis Leite nasceu em Angra do Heroísmo em 1943. Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1968) e doutorou-se em História pela Universidade dos Açores (1994).

Como historiador tem-se ocupado de inúmeros aspetos da cultura açoriana, nomeadamente históricos, literários e políticos, em diversas épocas, sendo de destacar aqueles que interessam ao conhecimento do processo autonómico açoriano. Muitos dos seus trabalhos estão também publicados em atas de reuniões científicas, em obras coletivas e em outras de cuja edição se encarregou.

Com uma longa carreira política, foi Secretário Regional da Educação e Cultura dos dois primeiros Governos dos Açores (1976 e 1984), Deputado Regional e Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Deputado da Assembleia da República e membro das Assembleias Parlamentares do Conselho da Europa.

Foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, tendo sido também agraciado com a Insígnia Autonómica de Valor. É membro da Academia Portuguesa da História e da Academia de Marinha.

José Adriano Borges de Carvalho, casado, natural da freguesia de Santa Cruz, concelho da Praia da Vitória, onde nasceu a 26 de julho de 1947.

Após concluir o ensino primário, continuou os seus estudos no Seminário de Ponta Delgada, tendo completado o nono ano (Primeiro ano de Teologia) no Seminário de Angra do Heroísmo.

Cumpriu o serviço militar, após a recruta como cadete em Mafra, no Batalhão de Infantaria 18 nos Arrifes, Ponta Delgada, como aspirante e fez uma comissão de serviço na Guiné, nos anos de 1969/1970, como alferes miliciano.

Em 1974 licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito de Lisboa, exercendo a profissão de Advogado de 1980 a 31 de dezembro de 2018, data em que se reformou.

Em 26 de agosto de 1975 tomou posse como vogal da Junta Regional dos Açores para a Coordenação Económica e Finanças.

Nos anos de 1977/1978 foi adjunto do Secretário Regional da Administração Pública para o sector da Administração Local.

Foi deputado pelo Partido Social Democrata à Assembleia Legislativa Regional, eleito pelo círculo da Ilha Terceira desde a primeira legislatura, de 1976 a junho de 1992, data em que se tornou deputado independente, tendo terminado o mandato no final da legislatura. Foi presidente do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata de 1976 até junho de 1992. Como deputado exerceu as funções de presidente das Comissões de Assuntos Sociais, Assuntos Internacionais, Organização e Legislação, Comissão Eventual para a Revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores, Comissão Eventual de Inquérito e Comissão Eventual para a Apreciação dos Projetos de Revisão Constitucional e relator da Comissão de Organização e Legislação.

A nível partidário, exerceu as funções de presidente da Comissão Política da Ilha Terceira e de membro da Comissão Política Regional de 1975 a junho de 1992.

Foi membro da Assembleia Municipal da Praia da Vitória de 2009 a 2013.

Exerceu o cargo de presidente da Assembleia Geral da Associação das Crianças Deficientes da Praia da Vitória, da Filarmónica União Praiense, do Sport Clube Lusitânia e da União Desportiva Praiense.

Filipe M. Porteiro é biólogo marinho, doutorado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Liverpool (2005) e licenciado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (1988). Desde 1990, está ligado ao Departamento de Oceanografia e Pescas e ao Instituto OKEANOS da Universidade dos Açores, onde exerce atualmente os cargos de diretor-adjunto e vice-presidente do IMAR – Instituto de Investigação Marinha.

Com uma vasta experiência em gestão e na definição de políticas públicas relacionadas com o mar, desempenhou funções como Diretor Regional dos Assuntos do Mar dos Açores (2013-2020), presidente do Observatório do Mar dos Açores (2009-2013) e assessor do Ministro do Mar da República Portuguesa (2021-2022). Dedicou-se à implementação de estratégias de conservação marinha, ordenamento do espaço marítimo e promoção da economia azul nos Açores.

A sua carreira científica inclui contributos significativos nas áreas da biodiversidade marinha, biogeografia, ecologia, ecotoxicologia e conservação, com especial foco no oceano aberto e no mar profundo. É autor de 52 artigos indexados no SCI, 18 livros ou capítulos de livros e mais de 160 outras publicações técnicas, científicas e de divulgação. Participou em mais de 20 campanhas oceanográficas, realizou mergulhos em submarinos tripulados e coordenou cerca de 50 projetos científicos. É também ativo na promoção da literacia dos oceanos, tendo liderado mais de 30 exposições temáticas e iniciativas educativas.

Tomé Ribeiro Gomes nasceu na ilha Terceira em 1993. É professor assistente convidado na Universidade da Beira Interior. Licenciou-se em Ciência Política e Relações Internacionais pela Universidade Nova de Lisboa e obteve o grau de mestre em “Governance, Leadership and Democracy Studies” pela Universidade Católica Portuguesa. Frequenta o programa de doutoramento em História, Estudos de Segurança e Defesa no ISCTE-IUL, no âmbito do qual investiga o papel estratégico e geopolítico dos Açores.

Armando Mendes é jornalista da RTP-Açores e do Diário Insular, com doutoramento em História, Defesa e Relações Internacionais. Ao longo da sua carreira, tem-se destacado pela análise da geopolítica e da importância estratégica dos Açores no contexto internacional.

Autor de várias obras, destacam-se “Os Açores e a Projeção de Força nos Cenários Pós-Guerra Fria” (2006) e “Entre o Carro de Bois e o Avião – Uma Pequena Comunidade no Centro de uma Rivalidade Global” (2020), onde explora a relevância histórica e geopolítica do arquipélago.

É coordenador científico dos estudos para o futuro Centro Interpretativo da Base das Lajes, um projeto que visa preservar e divulgar a importância histórica desta infraestrutura no contexto militar e político global. Armando Mendes alia o rigor académico à experiência jornalística, contribuindo para o aprofundamento da compreensão do papel dos Açores nas dinâmicas de defesa e relações internacionais.