A Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro destaca, entre os dias 3 e 22 de outubro, a mostra “Cantinho dos Livros”, que nesta edição homenageia a obra de José Dias de Melo. Esta estará patente na Sala de Leitura e Empréstimo Domiciliário da BPARLSR, reunindo as obras principais do escritor picoense, como “Pedras Negras (1964), trata temas incontornáveis na região, como a pobreza insular, a guerra colonial e a emigração para o continente Americano.

Visite este “Cantinho” e descubra o património literário dos Açores pelas palavras dos seus autores.

Biografia- Dias de Melo

José Dias de Melo nasceu na freguesia da Calheta de Nesquim, na ilha do Pico, a 8 de abril de 1925.

Findos os estudos liceais na cidade da Horta, estreia-se no meio jornalístico, colaborando nos jornais açorianos O Telégrafo, Ilha, Correio dos Açores e Açoriano Oriental. Em 1949, radica-se em Ponta Delgada, onde se dedicou ao ensino, vendo-se mais tarde obrigado a abandonar a ilha de São Miguel, devido às perseguições políticas executadas pela Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE), e a estabelecer-se em Lisboa. Na capital, continua a sua carreira como docente e soma colaborações com os jornais Diário de Notícias e Diário de Lisboa.

O seu percurso literário, dividido entre romances, contos, poemas e crónicas, foi fortemente marcado pela experiência açoriana face às adversidades naturais e socioeconómicas, nomeadamente a figura dos baleeiros na sua ilha natal do Pico, que evocou algumas das suas criações mais marcantes.

Em 1954 publicou a sua primeira obra, o livro de poesia “Toadas do Mar e da Terra” (1954), seguindo-se “Mar Rubro” (1958) e “Pedras Negras (1964), a sua obra mais conhecida, que tem como temas centrais a pobreza insular, a guerra colonial e a emigração para o continente Americano. Seguem-se “Na Memória das Gentes” (1985), um retrato da sociedade picoense, de alta relevância etnográfica; “O Autógrafo” (1999) e o romance “Milhas Contadas” (2002).

Foi condecorado, em 1990, com a Ordem do Infante pelo então Presidente da República, Mário Soares, e em 2002 pelo município das Lajes do Pico, com o título de Cidadão Honorário do Concelho.

Passou o final da sua vida na ilha de São Miguel, onde faleceu no dia 24 de setembro de 2008.